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Câmara aprova projeto que estabelece prazos máximos para consultas e exames prioritários na rede municipal de saúde

Proposta dos vereadores Beto, Tomate e Ricardo garante atendimento em até 90 dias e prazos reduzidos para idosos e pacientes com doenças graves; parecer contrário da Comissão de Direitos Humanos foi derrubado por 6 votos a 2.

Câmara aprova projeto que estabelece prazos máximos para consultas e exames prioritários na rede municipal de saúde
Câmara aprova projeto que estabelece prazos máximos para consultas e exames prioritários na rede municipal de saúde (Foto: Reprodução)

LEGISLATIVO MUNICIPAL - A 39ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Ilha Solteira, realizada em 1º de dezembro, aprovou por maioria qualificada o Projeto de Lei 57/2025, de autoria do Vereador Tomate e acompanhado pelos vereadores Beto e Ricardo, que estabelece prazos máximos para a realização de consultas e exames especializados classificados como prioridade alta na rede pública municipal de saúde.


O PL segue duas diretrizes centrais: o direito fundamental do cidadão à saúde e a necessidade de priorizar grupos de maior vulnerabilidade, como idosos e pessoas com doenças graves que podem estar em risco de morte.


Principais pontos do Projeto de Lei


O texto aprovado determina que:


• Prazo geral de atendimento: até 90 dias
Todas as consultas e exames especializados classificados como prioridade alta, conforme protocolos clínicos vigentes, deverão ser realizados em até 90 dias após a solicitação.


• Idosos: atendimento em até 60 dias



Para pacientes com 60 anos ou mais, o prazo máximo cai para 60 dias.


• Doenças graves: atendimento em até 45 dias
Em casos de moléstias graves, como câncer, AIDS, insuficiências graves, Parkinson, esclerose múltipla, nefropatias graves, entre outras listadas no projeto, o exame deverá ser realizado em até 45 dias.


• Critérios de prioridade



A classificação seguirá protocolos clínicos e epidemiológicos do Ministério da Saúde e da Secretaria Municipal de Saúde.


• Responsabilidade da execução

A Secretaria de Saúde deverá regular, ofertar e monitorar os atendimentos e poderá adotar medidas como:


Parcerias com clínicas privadas credenciadas;
Sistemas de regulação com inteligência artificial;
Telessaúde e telediagnóstico;
Integração com a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).



• Transparência e fiscalização
Trimestralmente, a Secretaria deverá publicar relatório contendo:
Número de atendimentos prioritários solicitados;
Percentual atendido dentro do prazo;
Tempo médio de espera;
Ações corretivas em caso de descumprimento.


O descumprimento sistemático poderá gerar apuração do Ministério Público e responsabilização administrativa.



Parecer da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania
A Comissão Permanente de Direitos Humanos e Cidadania emitiu parecer desfavorável ao projeto.


A votação interna ficou assim:


Sargento Carlos (PL) – Presidente: voto contra
Tomate (PT) – Vice-presidente: voto a favor
Alex Rocha (PL) – Secretário: voto contra


Argumentos da comissão


Vereador Sargento Carlos (PL)
Justificou voto contrário afirmando que o projeto seria inviável na prática, pois exames de alta complexidade dependem de liberação do Estado ou do SUS, responsabilidade federal.


Vereador Tomate (PT)
Defendeu o projeto destacando que ele visa garantir prioridade real a cidadãos em situação crítica de saúde. Lembrou que proposta semelhante foi aprovada em Paulínia, em 2018.


Vereador Alex Rocha (PL)
Declarou que, embora considere o projeto importante, ele seria inconstitucional, afirmando cumprir seu papel como advogado e legislador ao votar contra.



Plenário derruba parecer e projeto é aprovado


O parecer contrário da comissão foi derrubado por 6 votos a 2.


Votaram a favor do projeto e contra o parecer:
Tomate (PT)
Murilo (PT)
Cido (União)
Elaine Boneti (MDB)
Valdir (PSD)

Beto (PSD)


Votaram pela manutenção do parecer contrário:
Sargento Carlos (PL)
Alex Rocha (PL)


O vereador Ricardo estava ausente.


Com a derrubada do parecer e aprovação dos demais pareceres técnicos, o PL 57/2025 foi aprovado por maioria qualificada.



Próximos passos
Agora, o projeto segue para promulgação e publicação no Diário Oficial da Prefeitura. A partir da publicação, a nova norma passa a valer como lei, criando prazos claros e mecanismos de controle para garantir mais agilidade no atendimento de pacientes que necessitam de consultas e exames prioritários.


A medida é vista como um avanço significativo para a população, especialmente para aqueles que enfrentam situações de saúde delicadas e que dependem da agilidade da rede pública.


FONTE: www.portalnoroestepaulista.com.br 

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